domingo, 28 de setembro de 2008

A luz do transitório

Por Manuel Bandeira e Fabi Borges


Abaixo às identidades pré-estabelecidas
Os autoritarismos egocentristas de esquerda
Todas as coisas que precisam de rótulos
Bandeiras

Estou farta do senso politicamente correto burocrata
Que não se cansa de apontar o dedo
Mas é incapaz de olhar o próprio umbigo

Julga
Fere
Não enxerga
Não compreende
Não dá espaço

( enquanto bebe vinho francês)

Da liberdade que castra
Não olha o espelho

Não ouve
Condena
Esconde a arma

Estou farta


Quero antes o que transgride
O que está no meio
A política dos corpos

O que é matéria prima
Transitoriamente potencial

O que não tem lados
Nem muros
Nem sexo
Ou muitos sexos

O que ainda não atravessou a rua

O outro
Seja lá o que saia da sua boca
Sem dentes
...

Ouve o silêncio
Lê onde não chegam as palavras

Não existe libertação fora de si mesmo.

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