Todo ano
quando fica frio é assim
os mesmos galhos longos
pesados
o cheiro cítrico
a fruta no pé
todo ano o mesmo pé
o mesmo galho
cheio, cheinho
todo ano igual
me paro ao pé da janela
a adivinhar teu sabor
(a te supor)
e o cheiro que invade
a tarde
é o mesmo cheiro que amarela
ela
um dia ameixeira
seremos um do outro
eu de você
você minha
um dia ameixeirinha
não haverá janela
nem lonjura
nem vontade que não sacie
e aí
o gosto na boca
o toque no veludo
o cheiro invadindo finalmente
o lado de cá da janela.
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