Ao longe se vê o menino
Sentado a beira da estrada
Sozinho
Tem os olhos úmidos de terra
Da casa da infância que deixou para trás
Sem endereço de chegada
Na bagagem música e poesia
Segue apressado
Ouvidos aguçados
Gritos
Chamados por todos lados
O menino perde o rumo
Já não sabe voltar
Nem partir
Nem ficar
Olhos plantados na terra
Recorda antigas canções
Contempla o caminho
Com mãos de jardineiro
Planta sua música e poesia na terra úmida
Adormece
Ninguém mais soube do menino
Se voltou
Se partiu
Mas a beira da estrada
Uma pequena semente a espera de chuva
Que não tarda a cair.
Patricia Borda
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