Quando um dia
Com os olhos cansados
Do dia seguinte
Olhei para dentro de mim
Surpreendi-me ao ver uma criança
Não pude ver o rosto
Mas senti a pele
Os cabelos
A solidão
Assustada corri para o quarto
A cama estava arrumada
A casa cheirava a bolo
Pairava um ar de felicidade
Pela vidraça, vi outras crianças
Brincavam no jardim
Meninas
Rodavam de mãos dadas
Pude sentir o cheiro das rosas
O calor da tarde, anunciando chuva
Escondida atrás da cortina
Vi meus pais chegarem
Eram jovens, tinham sonhos
Traziam brinquedos para mim e
Meu irmão
Não tive coragem de sair do esconderijo
Sentia-me longe
Pensei em como o mundo dos adultos era distante
Calei
Ouvia seus passos
Suas conversas
Mas pertencia a outro mundo
Voltei para mim
Voltei a olhar para o hoje
Mas guardo esse passado
Essa solidão de criança
Essa casa em que me refugio
Quando me sinto só.
Patricia Borda
Com os olhos cansados
Do dia seguinte
Olhei para dentro de mim
Surpreendi-me ao ver uma criança
Não pude ver o rosto
Mas senti a pele
Os cabelos
A solidão
Assustada corri para o quarto
A cama estava arrumada
A casa cheirava a bolo
Pairava um ar de felicidade
Pela vidraça, vi outras crianças
Brincavam no jardim
Meninas
Rodavam de mãos dadas
Pude sentir o cheiro das rosas
O calor da tarde, anunciando chuva
Escondida atrás da cortina
Vi meus pais chegarem
Eram jovens, tinham sonhos
Traziam brinquedos para mim e
Meu irmão
Não tive coragem de sair do esconderijo
Sentia-me longe
Pensei em como o mundo dos adultos era distante
Calei
Ouvia seus passos
Suas conversas
Mas pertencia a outro mundo
Voltei para mim
Voltei a olhar para o hoje
Mas guardo esse passado
Essa solidão de criança
Essa casa em que me refugio
Quando me sinto só.
Patricia Borda
3 comentários:
menina, que bonito.
fiquei pensando em quando eu era criança, e tinha momentos assim, apartados do mundo adulto. nem bons nem ruins, ao menos não em essência. em essência diferentes do mundo adulto.
mas também lembro de umas coisas meio sombrias de quando garoto. e de uma frase que, pra mim foi um soco: "venho, como todos, do quarto escuro da infância".
tive vontade de que, quando criança, eu pudesse ganhar energia lembrando do que sou agora, não o contrário.
mas, enfim, pensei várias coisas disso que você pensou antes.
beijinho, menina.
rodrigo
Rodrigo, esse mundo infantil, esse "quarto escuro da infância", é mesmo uma fonte inesgotável de sentimentos e lembranças...Estava lendo "cartas a um jovem poeta" do Rilke, quando essa criança começou a me puxar a barra da saia, pedindo que eu voltasse um pouco no tempo...
beijo grande!
Muito legal, hein? Espero que tu publique mais coisas tuas! Até.
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