segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Longa madrugada

Longa madrugada

De espera na janela do peito

Que esconde

Um grito

Um gemido vazio

No escuro do quarto

Sem mobília



Doce madrugada quando chegas

Embriagado de música

E traz a lua

Nova

Que dissipa o vento

Lento

Em meu corpo

Carne

Em teu nome

Tempo.




Patrícia Borda

4 comentários:

rodrigo aguiar disse...

E traz a lua
Que dissipa o vento
Em meu corpo
Em teu nome

fiquei lendo várias vezes esses trechos, primeiro separados, depois juntos como eu coloquei aí em cima.
e depois pensei numa crônica antiga do rubem braga, que eu li ainda no colégio, e falava da "mulher que espera". e não se sabia bem o que ela esperava. lembrei dela, enfim, embora não saiba mais como acabava.

bem, mas na segunda parte dá pra imaginar o que a pessoa espera. ou não espera nada, e por isso a surpresa violenta do segundo trecho? um final feliz, mas tenso pra caramba. como seria o outro dia, e mais, a outra noite desse casal? outra espera, outra redenção?

mas queria era dizer aquele papo simples, mas de fé: MUITO bonito, eu realmente gosto de ler as coisas que você escreve, e imagino o quanto seja difícil escrever, ainda mais poesias, ainda mais como você consegue.

beijinho, querida

Claudia Muñoz disse...

Cada vez sou mais tua fã!
Lindo, linda!

Jefferson Pinheiro disse...

que madrugada longa! espero pelo dia, a nova poesia.

Marcelo Cougo disse...

Boa essa, velhinha!!!