terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Doce veneno

Tua menina convida à roda
Canta cantigas
Olha doce, e brilha

Foi ela
Que enfeitiçou

Com lábios de sangue
E cabelos de noite
Toda cidade

E tão grande a magia
Que do veneno escorrido
Da menina
Fez-se mulher
E da doçura
Fez-se a carne lânguida

E brilhava cada vez mais
Em sua dança sensual

A donzela com olhos de fera
Mistura de santa com meretriz

Cujo sopro estilhaçou janelas e portas

E segue a estilhaçar


Patricia Borda

2 comentários:

rodrigo aguiar disse...

menina, essa poesia lembra a primeira noite que eu te vi pelo são jorge, quando o bar ainda era na sofia veloso.
impressionante como eu volto pra lá quando leio.
claro que eu sabia quem você era quando li, e que isso ajudou na percepção da coisa toda, mas, mesmo assim, interessante ter combinado tanto a poeta, a poesia, e a pessoa. tudo muito raro de se v(l)er.

beijinho

Pati disse...

Que legal Rodrigo...Adoro teus comentários... Meu leitor mais fiel!!
Obrigado pelo carinho, sempre, sempre...
beeijo